Sentimentos em evolução não é garantia de que estejamos caminhando no caminho certo, ou que estamos a caminho de nos melhorar, pois que evolução nunca foi sinônimo de melhoria, mas significa que como eu, muitos estão tentando caminhar, estão tentando se transformar, estão enfim tentando se construir como humanos. --- Sentimentos em Evolução - www.sentimentosemevolucao.blogspot.com.br

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Felicidade 0 1 2 3

Felicidade 0

Entendo a felicidade plena como um estado utópico, que deve ser buscado, mas que sinceramente acredito impossível de ser alcançado, e se alguém disser que conseguiu chegar a um estado pleno de felicidade, eu, ou não acredito, ou prefiro não acreditar, pois que entendo como uma desumanidade que me choca o pensar, imaginar um estado de felicidade plena em um mundo, em uma sociedade, onde a miséria, o abandono, a exploração, e a segregação são tão claras, onde alguns países vivem quase que totalmente imersos em miséria, e guerras tribais. Mas entendo que nossa vida pode ser pontilhada sim com momentos de verdadeira felicidade, e quão mais felizes seremos, quanto mais minimizarmos o sofrimento humano e social.


Felicidade 1

A felicidade pode até ser silenciosa aos sentidos exteriores, mas fala alto no espírito vivente de quem a descobre, nunca plena, mas pontual. Sua construção é sempre de dentro para fora. A construção da felicidade passa sempre pela desconstrução da esperança, dos desejos, e das vaidosas presunções de superioridade. Um estado feliz, mesmo que passageiro, faz-nos brilhar em encanto e é assim muito mais útil a sociedade, principalmente porque felicidade e inação não combinam. 



Felicidade 2

A felicidade não deve calar nossos instintos, eles são necessários e partes indispensáveis e forçosas de nós mesmos. A felicidade pode e deve dar novos rumos e utilidades aos nossos inseparáveis instintos, devendo reformar-nos em um novo ser “desesperançoso”, onde nada esperemos que não seja nosso, e em um ser que ama profundamente viver, que ama na medida certa tudo o que possui, e que faz dos instintos uma ousada força motriz pela dignificação do viver coletivo.


Felicidade 3

Conseguir tudo o que se deseja pode ser sinal de força, mas quase nunca é sinal de felicidade, pois tão logo alcança-se o que se deseja e um novo desejo toma lugar em nosso ser, e este desejo vem cada vez mais forte, tornando-nos um ser dependente dos desejos que desesperadamente buscamos, escravos do que não temos. Um espírito fraco, tudo deseja, como forma de compensação, não sobrando, assim, tempo e nem espaço para ser feliz.

A felicidade é um realizar em primeira pessoa, e sempre no momento presente. Todo desejo faz nosso presente parecer um eterno passado, ou um duvidoso futuro, pois estruturamos nosso pensar unicamente no que ainda não temos, no que ainda não conseguimos, pois nunca estamos satisfeitos com o que somos e o que temos. Não se pode ser feliz no passado e nem se consegue colocar a felicidade como elemento do porvir. É somente no ato real do viver que se pode ser feliz, e para um ser que vive nos desejos, sua mente nunca repousa no presente. O presente se basta para a felicidade e para um ser que aprendeu a ser pelo menos parcialmente feliz. (Entendo que a felicidade absoluta e eterna não exista, viver é ter seu presente polvilhado de felicidades e de tristezas, mas nada esperar, já é no mínimo reduzir as tristezas, o sofrimento da falta, e a ansiedade da incerteza.)

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